sábado, 5 de maio de 2007

esteja onde estiver, não quero ouvir mais nada, cansei de suportar todos os podres, uns riam da minha cara , eu engolia calmamente cada zombaria, segurava os nervos o máximo possível, mas ao acordar arrependia-me por manter-me civilizado e ordeiro, como dói o arrependimento, ninguém entende a dor, a lâmina trespassando a víscera, a pedra quebrando o dente, a espinha atravessada na garganta, o gosto de sangue subindo, o ar que falta, o tremer das mãos e o eco maldito dos sorrisos, cada risada pior que a outra, mas todos sabem que não adianta mais sempre nasce outro e a ironia é pior, um dia eu crio coragem e lasco tudo, fodo de vez com essa merda toda, é quem sabe um dia, quem sabe não seja só conjecturas de uma mente pobre e delirante, melhor ouvir um disco, tomar um chávena de chá gelado, sentir o frio do cimento sujo na planta dos pés, a dormência na pontas dos dedos como se um fosse um mal que se aproxima, melhor dormir e esqueça esses merdas e seus sorrisos em minha cabeça, seus olhos tal qual escrutinadores de alma, esbugalhados querendo saber tudo a todo instante, durmo por quê não sei o que me espera, durmo pra sobreviver na esperança de não acordar!

Um comentário:

Sveglia disse...

As risadas ecoam sempre... talvez o segredo esteja em fazer-se de surdo de vez em quando, ou talvez em cantarolar melodiazinhas belas com rimas de tragédia, ou em sorver o êxtase que escorre das pontas dos dedos da amiga loucura...

Bom te ver escrevendo. Beijo =*