quarta-feira, 16 de maio de 2007

ali na casa de tolerância a vida pulsa em delicioso caos...café amargo ao meio-dia...rápido...aqui sol, lá um bloco de nuvens...são dias iluminados demais...sono...o som atravessa as paredes...hoje é dia de desnutrição...apatia envolve as horas...onde está a vitória??...pernas doem...olho esquerdo treme...não tenho dúvidas sobre nada....loucos mergulham na noite...lá fora tá cada vez mais estranho...esporrar, esporrar, dormir...quero pílulas de conforto, carinho, lucidez, auto-estima e bem-aventurança...de vez em quando não entendo minha letra...morte, morte, liberdade!...carros de propaganda enchem o saco...poesia distante...urina canina...no meu quintal uma sinfionia de cantos enjaulados...vendo pedaços de minha alma por qualquer sensação...sou uma privada fudidamente receptiva de toda a merda insuportável do cotidiano...preciso ser mais rápido que o ponteiro...preciso ser qualquer coisa além de mim...sem música...tempo, tempo, tempo...vício, vício, vício...deito-me na cama, pego minhas amarras e preparo-me para um sono convulsivo...longe de mim reuniões familiares, pessoas unidas e sorridentes, todos embalsamados até o fim dos tempos... espero e nunca chega...a hipocrisia caminha por debaixo da pele...não posso ir além, não posso retornar...estar aqui é o que me resta...

julho/agosto - 2006

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