sexta-feira, 29 de julho de 2011

eis que as portas
se abrem de novo

daqui recebo a migalha
deixo-a
queimando em minhas mãos

depois o gelo
o vácuo
a fossa!

28-07-2011
noite de desencanto
e morosidade reinante

apago a fagulha
como quem rosna
defendendo o pedaço de carne

famélico
entro na masmorra

28-07-2011

terça-feira, 26 de julho de 2011

o passado reverbera
lateja

dente podre maldito
que nunca sara

mesmo extraído
permanece o fantasma da dor pinicando

queimando
matando os dias

quarta-feira, 20 de julho de 2011

saiba que eu não sei
sobre o tal do saber a si mesmo

no desnível singular da
sabedoria da sombra alheia

que foge levando
os segredos

e a paz
agora receber
a dádiva da água gelada

laminando o corpo esquálido
e doentio

para continuar
na masmorra contemplando

ansiando...
o buraco vazio denuncia
o novelo de tripa em meu peito.

a mesa suja agrava
todo desastre de continuar.

os lençóis puídos
acalantam o solitário
uma chaga no peito
alastra-se a dor de existir

custa levantar da velha cama
o frio beija os ossos

amargura infinda
com sorriso estampado

terça-feira, 19 de julho de 2011

agora uma fome que bate na porta
o eco da casa vazia

aumenta a dor

a necessidade
traz mãos trêmulas

no corredor sujo
roendo unhas

sonho!
espera-se uma resposta sempre
a pergunta nunca cala

e se esvai na berlinda dos dias
como se fosse

um fúlgido raio
desbravando a escuridão!
portas abertas
janelas podres

cloacas divinas
bocas-de-lobo

oráculos avessos
portas entreabertas

o miasma vibra diante da vida
corre!
um separa
outro converge

a manopla tenta o carinho
a urtiga ensaia o perfume

no hálito da fome
elabora o sonho

no ranço do suor
o sabor
caio dentro da queda
levanto-me dentro do despencar

e as cordas rasgando
a acústica

fibrilando cada nervo são
e dentro do abismo

espero...

quinta-feira, 14 de julho de 2011

a chuva e o sol,

o cheiro de mormaço trazendo
a infância ao nariz,

que delícia,
o passado reverbera em cada célula,

o presente açoita!

terça-feira, 12 de julho de 2011

ah,
o coração na mão,
o estômago em frangalhos,

um quarto vazio
que me espera,

um bolso
que nunca enche!

sábado, 9 de julho de 2011

e como sei
o que não deveria saber
sobre aquilo que não deveria sentir
através daquilo
que não era pra fazer!