quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

nunca sinto realmente o que penso sentir mesmo quando há beleza em demasiado nem quando a dor extrapola todos os nervos...ainda asco...a partir de hoje e sabendo que isso não é uma promessa vou controlar o animal que há em mim...que venha toda idiossincrasia e a dormência do gestual civilizado e a hipocrisia fantástica que alimenta os sorrisos amarelos de nosso tétrico passar de dias...será que há uma segunda chance? o corpo despenca em frenesi...tudo demora tanto ao ponto de não parecer demora tal qual um sonho que nunca acaba ramificando-se numa profusão virulenta...olhar o vazio, esquecer o vazio, esquecer o que não cessa de martelar, quem sabe doença e então acordarei e tomarei coragem de dar o grande passo...prefiro embotar todos os sentimentos...foda-se o futuro...que vá a merda o presente...que o passado suma...nem lembrança, nada!
penumbra vermelha que banha o corpo, talvez lascívia quem sabe um descontrole...uma semana inteira de ressacas memoráveis...o falso aponta na esquina...pedras e pedras derretem rumo ao miolo...sigo no tédio, na lentidão mísera, puro resquício, intenção tardia...carros atropelam minha sanidade...de hoje em diante é ir sem olhar para trás, sem esquivar-se dos fatos apenas para sucumbir depois com o peso metafórico da significação...nado no lixo...cuspo pra cima e recebo de volta...é o mofo das estantes, é a insegurança da noite, pesadelos de barriga cheia...
janeiro - 2009

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

A alegria repousa escondida, líquida, fumaça sinuosa, pancadas vindos de qualquer lugar, alegria e saudade, o sorriso brinca de entristecer mas ainda a alegria insiste, seja em cortar a unha do pé, quem sabe um dia insalubre numa ressaca transcendental...
gritos repletos de euforia...a alegria de lembrar dos mortos...a epifania da voz rouca...sonhos, sonhos, sonhos...mesmo quando o copo vira e sei que danifica a singeleza do corpo, a palavra efusiva do amigo, a forma esquálida observando silenciosamente, a palavra fluindo, o líquido desce, esquece-se da fome...
e onde repousa as razões das coisas? quem dera um vislumbre, o famoso "insigth" para quebrar o desenrolar contínuo de uma monotonia que não cessa...
um rosto na multidão, uma face distorcida na janela do ônibus, um fantasma vivo que canta solitário, ruínas de uma imaginação falida...
daqui a pouco o último gole, caminhar a esmo, encapsular-se nos bólidos de aço e quem sabe ir pra casa ou qualquer outro lugar...
janeiro 2009