sexta-feira, 26 de abril de 2024

mas a lucidez
é uma lâmina na água,

abre os caminhos
de uma claridade
que cega e sangra

não tenho controle
sobre nada do que me acomete

26/04/24

Mais um dia na inoperância
diante do vazio!

A pele fala miríades.
Seco,
doente,
faminto.

Não entendo nada daquilo que emito. Perde-se entre as hélices empoeiradas do ventilador.

Unha corta cada vez mais fundo.
Sucumbo ao sono...
medo.



quarta-feira, 24 de abril de 2024

 Angústia.
Silêncio.
Faço da pele lâmina
que rasga a si mesma.

Tartarugas emergem do cascalho. Vazio.
Estranho.
Inadequado.

Nojo que vibra nauseabundo.
Asco profundo
por aquilo que é mais fascinante.

Imagens,
ecos,
O ciclo se repete
na mortandade da vida.

24/04/2024

terça-feira, 23 de abril de 2024

o óbvio reina
dissipa a negação.

fel ferve nas veias daquele
que suporta o real em silêncio

sorriso podre
a unha suja aperta mais forte.

o passado se repetindo numa esquina mil vezes.
eco de dor evola na noite.

a verdade
nunca erra o caminho,
a verdade
apodrece ao amanhecer

23/04/2024






um ódio incomensurável por tudo
chega a paralisar.
um nó na garganta


os dedos germinam
o câncer no pescoço

fantasmas de carne
roubam tudo


todo dia que saio
a certeza de não sair
estapeia a cara com vigor.

23/04/2024






segunda-feira, 22 de abril de 2024

o buraco
me engole todo os dias

eu nem me esforço mais pra sair
e ele
me engole de novo
e novamente
sem parar

22/04/2024
texto e arte - Jan

quarta-feira, 3 de janeiro de 2024


 Depois da longa jornada 

Retorna ao mausoléu

Rumina o fracasso do dia 

Com esmero 

Saboreando cada detalhe 


Constata a mesmice 

Como força motriz

Escuta falácias

Rasteja nas brechas 


E nas brenhas interditas 

Escuta coceiras na superfície da louça 

Desmorona ao despertar

Implode na solidão da brisa artificial 

Elabora o fel 

Como quem degusta miríades

Não vividas. 


03/01/2024