quarta-feira, 20 de junho de 2007

mas na sua névoa
quero caminhar
e da ilusão
extrair o magma essencial

foge mais retorna
num ciclo indelével

quero ver-te
para ver além
distante semeia
perto frutificarás
MISTÉRIO MISTÉRIO
EM BRUMAS ENVOLVO-ME
TATEANDO NA ESCURIDÃO

POR UM INSTANTE
A VIDA FOGE DO ÓBVIO
ONDE? QUANDO? QUEM?

VEJO E NÃO VEJO
E URGE NA MENTE
ÂNSIA, DESVAIRIO, SENTIMENTO

terça-feira, 5 de junho de 2007

o disco gira...criança estupefata não entende ou pensa que entende...sumindo...perfeitamente vazio...resgate minha injúria, enterre num ermo qualquer o que sobrou de mim...eu, o compositor e a cantora de péssima voz batucando e cantando na madrugada...eu e o poeta nas entranhas da noite...nada me separa do que quero...ilusão até 5 da manhã...quantos pensamentos no espaço de um bocejo?...ela degusta a refeição, acende um cigarro e cochila...a privada repleta de nosso excrementos todos os dias...sejamos racionais, vamos pular daqui, vamos descobrir, tentar existir...nenhuma profundidade importa...quero sono para o outro mês, outro dia? sem placidez, sem esperança! apenas deixar-se levar pelo fluxo da maré...uma nova luz, uma nova realidade...a voz do coração se despede do corpo magro que me aprisiona...e agora? eu máquina imperfeita não tenho nada pra fazer...a vida é um erro histórico...de braços abertos...expulso...nada melhora...pulso fraco...quero entregar os pontos...quero um baú repleto de neutralidades...luzes piscam, olhos extasiados, cartões de crédito pulsantes...deixem-me aqui no meio da rua; postes apagados, sombras suspeitas, espero amanhecer...sem voz...a madrugada avança...nervo fraco...histeria
novembro/dezembro 2006

segunda-feira, 4 de junho de 2007

saudade que estrangula
saudade que alimenta
saudade que é pura saudade
distância que massacra
distância que evoca o pior
distância terrível distância
resguardo-me no que está além de minhas forças!
resguardo-me no afã de tua voz
e espero até o fim dos tempos!

4/06/2007

sábado, 2 de junho de 2007

quero estar mas não sei se fecho os olhos e caio na segurança imperceptível do sono
o galo canta
o dia já vem chegando
são horas que voam
é triste ter que acordar, ter que ir sem saber, sentir sem sabor
vômito...
tremedeira...
desespero...
sinto coisas estranhas
fujo mas não adianta
relembro e sofro
desejo devora tudo
a carne sofre
boca amarga...
tensão...
crise...
despencando
perdendo o controle
cada dia o passo é mais rápido
sinto a respiração falhar
vem como quem não quer nada, devagar, sorrateiro, engolindo, mastigando
subo escadas e desmaio!