quarta-feira, 25 de março de 2009

expressão que trava
língua que perfura
cada recôndito
cada centímetro

outrora intocáveis
agora receptivos
conforto umbilical
lúbrica ascensão

de dentro pra fora
externo visceral
gotas de suor
amálgama incandescente

23-03-09 &
eis que o rio seca
palavra jaz calada
confinada num baú de vísceras
velhos gestos retornam

uma última onda
de pulsante energia
labaredas vermelhas
línguas escarlates

deito no abismo
nada enxergo
estranha solitude
canção triste que se vai

é como se acordasse
de um longo pesadelo
grilhões derretem
escalo o buraco com avidez

não importa
seja luz
seja sombra
verdadeiramente não interessa

cada passo
uma certeza dum novo que dilacera
cada olhar
um vislumbre daquilo que é imutável...

18-03-09 &