sábado, 27 de abril de 2024

O ideal era não sentir nada.
Sem expectativas.
Sem sonhos.

Sem essa possibilidade funesta
de comercial televisivo.
Todos querem viver
um pastiche do real!

Ninguém quer sentir
a crua natureza da realidade.

Sem disfarces,
sem salamaleques,
sem firulas.

27/04/24

sexta-feira, 26 de abril de 2024

mas a lucidez
é uma lâmina na água,

abre os caminhos
de uma claridade
que cega e sangra

não tenho controle
sobre nada do que me acomete

26/04/24

Mais um dia na inoperância
diante do vazio!

A pele fala miríades.
Seco,
doente,
faminto.

Não entendo nada daquilo que emito. Perde-se entre as hélices empoeiradas do ventilador.

Unha corta cada vez mais fundo.
Sucumbo ao sono...
medo.



quarta-feira, 24 de abril de 2024

 Angústia.
Silêncio.
Faço da pele lâmina
que rasga a si mesma.

Tartarugas emergem do cascalho. Vazio.
Estranho.
Inadequado.

Nojo que vibra nauseabundo.
Asco profundo
por aquilo que é mais fascinante.

Imagens,
ecos,
O ciclo se repete
na mortandade da vida.

24/04/2024

terça-feira, 23 de abril de 2024

o óbvio reina
dissipa a negação.

fel ferve nas veias daquele
que suporta o real em silêncio

sorriso podre
a unha suja aperta mais forte.

o passado se repetindo numa esquina mil vezes.
eco de dor evola na noite.

a verdade
nunca erra o caminho,
a verdade
apodrece ao amanhecer

23/04/2024






um ódio incomensurável por tudo
chega a paralisar.
um nó na garganta


os dedos germinam
o câncer no pescoço

fantasmas de carne
roubam tudo


todo dia que saio
a certeza de não sair
estapeia a cara com vigor.

23/04/2024






segunda-feira, 22 de abril de 2024

o buraco
me engole todo os dias

eu nem me esforço mais pra sair
e ele
me engole de novo
e novamente
sem parar

22/04/2024
texto e arte - Jan