sexta-feira, 30 de julho de 2021

O acalanto do firmamento 
beija o solo infestado.
Aqui 
Entranha seca
Pele esturricada da lida solar
Do outro lado da porta
O nada de sempre a ser vivenciado.

A pequena janela de luz.
Usina de pensamentos indesejados.
Páginas grudadas pelo mofo
O desejo desliza
No vazio esplêndido da Repulsa 

Frio nos pés
Mãos trêmulas
Arrocho
O espelho grita

A navalha da vida teima.
Viscosa pocilga chamada solidão
Tudo em mim ressoa derrota!

2021

No intervalo brusco da fantasia 
transito no ocaso.

No vazio do presente 
a incerteza do futuro massacra e corrói

Tudo é mancha,
Frame Perdido,

A esperança de um 
é a esplêndida desgraça do outro,
Vice-versa.

E inadequado atiro nos pés 
Para caminhar no mercado em pleno meio-dia.

26/maio/2021 - noite





 A espera converte-se em automutilação imaginária.
Querem vencê-lo pelo cansaço.
Ridículas vozes explodem esperança
No campo minado da consciência!

Falha
Fenda
Brecha
Abismo
Espelho 
Queda!

Acorde.
Decepicione-se mais e mais!
Belisque a pele até sangrar
Sem caminho
Sem chão.
Vazio!

2021


Todo esforço é vão!
O imediato é um ato ilusório.
A espera uma pulsão de incertezas famintas.
Dou dourado banho-me
E renovo-me diante do vazio!

Imóvel.
O nó aperta na garganta.
Indiferença.
O ego lambe suas feridas 
E acredita numa cura impossível!
Fibrila...
Piora...
Entranha-se!

Desperta sedento.
A fome o devora.
Na jaula invisível o silêncio rosna
Agruras de um porvir muito pior.

2021

LIBERDADE

ILUSÃO

MENTIRA

FANTASMAGORIA


DÓI 

VAI 

SILENCIA

FRIO

AQUI NUNCA

ALI SEMPRE

ESQUECE

NÃO-VIVE´


RUÍNADESTROÇO

ESCÓRIA

VILIPÊNDIO

AGRURA TORPOR

INDIFERENÇA

DESTROÇO


CRAVA

REPELE

ESTREMECE

ACABA SEM ACABAR

CONTINUA

SEM FLUXO 

SEM VIDA

SOB O SOL

ESPERANDO O VAZIO

2021


 


terça-feira, 4 de maio de 2021

A margem é o lugar. 

A solidão é a dimensão

No cume do nada contempla-se

Um eterno fim.

O grande muro do silêncio expande-se

Célere e indestrutível.

A memória fragmenta-se

Em filigranas de angústia.


O mundo desaba em cântaros 

A busca nunca cessa

Cada esforço uma mão vazia que tateia o escuro

Toco meu corpo,

Não sinto nada.

Ouço minha voz

E nada traduzo


O estertor de existir 

É insustentável.


Jan - 04/05/2021