domingo, 13 de maio de 2007

língua amarga...palavra que escorre...mãos amarradas...infância retorna...corpo não aguenta mais...sol, sol, sol...uma coisa puxa outra...sem nervos...criança pede esmola...ressaca...a vida indo embora, indo pra não sei onde...creio na dor...olho no lho...pancada no osso...motor roncando...goteja, goteja, goteja...mais uma vez o portão é aberto...língua pesada...qual é o seu verdadeiro nome?...realidade funesta...cadê minhas armas?...passos na escada e não é ninguém...dentro de mim um silêncio de mil vozes...sem paciência...ontem foi puro prazer...nunca descanso...dor de cabeça fina...amplamente só...cuspindo fel...admoestando todo o meu corpo...não sou bom de contar histórias...nego toda a existência...reviro minhas cicatrizes...insisto no sentimento...meu caminho é de lama repleto de cacos de vidro...dentro da casca é melhor...de repente silêncio...conjecturo cerca das coisas que flutuam deliciosamente dentro de minha cabeça...joelhos doloridos...pra onde vão tantas pessoas ao mesmo tempo?...o que sentem cada uma delas?...esquisito...preguiça...quero sempre e mais forte...o mundo quer me engolir...meu reflexo é triste...tantas perspectivas...nauseante...monto num cavalo de aço resfolegando chamas e tonitroando, solto meu último fôlego num grito tenebroso e gutural, lanço-me nos braços cálidos da noite...
abril - 2006

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