sábado, 12 de maio de 2007

azul, azul de um outro azul, violáceo
verde, incrrivelmente planície;
aqui acima de minha cabeça
gaviões mergulham rumo à terra

e de olhos fechados vibram poderosos
filamentos vermelhos em mandalas pulsantes
longe muito longe voz ecoa
agora o corpo é um riso só

nuvens tomam formas geométricas
faces esmeralda, diamantes explodindo
o firmamento transmuta-se num festim
a brisa torna-se uma ondina lambendo meu rosto

os primeiro levantam-se em busca do arco-íris
eu e ela ainda persistimos na sombra
no fundo do vale o outro busca o inaudito
ele não encontra e seguimos adiante

e na mais alta colina
o crepúsculo estronda cores nunca vista antes
a vida sem disfarçe, a vida nua, vida vida
e no último instante surge Vênus diante de mim

vejo e mostro; eles não vêem
e no antro resoluto do silêncio
contemplo a dádiva que me foi presenteada
sinto espalhar-se por todo o ser imensa felicidade

27-05-2004

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