sexta-feira, 11 de maio de 2007

quisera iludir-me
e na quimera
satisfazer a alma
que sedenta quase morre

mas refuto tal arquétipo
pois nunca morre a sede
nunca acalma a úlcera
e devora devora e devora

sei que este sabor engana-me
fogo-fátuo repentino
deleite primitivo
o resto é desassossego

engulo cada espinho
cuspo o fel na parede
arroto na sala
peido na mesa

porém continuo preso
em minha jaula
continuo faminto
em minha trilha

23-10-2002

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