reviro as tralhas, cacos;
ecos dardejando contra à minha cabeça...
sob o aspecto vil;
insetos rútilos
monstros fantasmagóricos
estripo-me sob o sol
alimento-me do que há de píor em mim
cuspo no espelho
desejo tudo do avesso
e de cascalho em cascalho
miríades de um mundo perdido
deus morto que ainda agoniza...
esquizofrênico rito celebrando a ausência de fé
indecifrável
monótono
abrupto?
elevo as pupilas rumo ao horizonte
nuvens negras sorrindo
minhas mãos vazias esperam o que não sei
cada instante um estupor caótico
língua que trava, garganta seca, palavra muda
ridículo?
infímo?
sequaz?
no fervor do ódio descubro a ternura
tento um novo caminho
acato velhas idéias
ignoro o que o mundo me presenteia
talvez um réptil venenoso
bravo denominado consciência
fevereiro 2003
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