sábado, 12 de maio de 2007

mergulho na bruma
deslizo pela noite
sinto que serei eternamente só
e não sinto medo de tal fato

talver renascer
e encarar toda merda de frente
pulsando morte
ejaculando vida

e na malemolência do ócio
canto velhas melodias
arremesso pedras ao léu
à toa tal qual pássaro

é tão estranho
é tão belo
aqui fora
aqui ilimitadamente

busco agora nas forjas do meu ser
pepitas de desprezo
drágeas de insensibilidade
busco armas para não perder de mim o que sobrou

nada importa
o tempo passa
nada depura
o tempo avassala

nada melhor
que xícaras de café amargo
que discos de Hermeto
que a visceralidade de Astor

o mundo já não é mundo
o coração mera quimera

17-02-2003

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