mergulho na bruma
deslizo pela noite
sinto que serei eternamente só
e não sinto medo de tal fato
talver renascer
e encarar toda merda de frente
pulsando morte
ejaculando vida
e na malemolência do ócio
canto velhas melodias
arremesso pedras ao léu
à toa tal qual pássaro
é tão estranho
é tão belo
aqui fora
aqui ilimitadamente
busco agora nas forjas do meu ser
pepitas de desprezo
drágeas de insensibilidade
busco armas para não perder de mim o que sobrou
nada importa
o tempo passa
nada depura
o tempo avassala
nada melhor
que xícaras de café amargo
que discos de Hermeto
que a visceralidade de Astor
o mundo já não é mundo
o coração mera quimera
17-02-2003
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