segunda-feira, 21 de maio de 2007

um copo atrás do outro...cego...vou pra onde não sei...caminho sob o sol escaldante da manhã...cocaína...bolso vazio...fígado podre...espero não me fuder um dia...todo o corpo dói...vida miserável...mão trêmula...vômito...sono...e o futuro?...vida nova chora nos braços de minha avó...luz insalubre...cada gole uma mancha escura reaparece e toma conta...o mundo ferve lá fora...aqui na ressaca espero que a agonia vá embora...não posso...cabeça latejando...últimos centavos por mais uma dose...doença...cansei de tudo...totalmente sem controle...onde está o amor?...onde está o ódio...tédio, tédio, tédio...a menina sorri e louva a morte...vou ao banheiro e quando volto as mesas estão vazias...quebro uma promessa...Ororo eleva-se numa imensa nuvem e vai embora em meio à ventania, raios e trovões...o que eu tenho?...nada!....o que eu sou?...um covarde!...e o amanhã?...juro que não sei de nada!...será que a vida é líquida?...cada dia o veneno é mais forte...fel...completamente imaturo...eu sempre estrago tudo...acabou a magia das coisas...sinto-me um bastardo...não tenho nada...nada!


2-abril-2005

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