eis que a língua vibra
a melodia liberta-se
em miríades, raios
tento na palavra o que perco na vida
farpas, cacos de um mosaico imperfeito
esqueço dos pesadelos
limpo as coisas, alimento a rotina
olho dentro do meu olhar o que perdi aqui fora
víscera exposta
ferida aberta
viver tornou-se uma maquininha de lembranças
cada vez mais fascino-me com este caleidoscópio
agora outro
ontem sempre eu
ainda estou vivo
posso a gritar a plenos pulmões
não quero que o mundo me ouça
basta-me que "eu mesmo" me escute
não quero que o mundo me veja
basta-me o espelho quebrado de minha casa
26/27 novembro - 2001
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