quarta-feira, 16 de maio de 2007

música que não é música...rapidez extrema...sinto cada instante como se fosse o último...goteja, goteja, goteja...esquarteja na próxima na cena...não pára...fotos antigas; ilusão do passado materializado para o porvir...lâmina entra na pele, sangue sobe, pulsa...cansei de ser este aqui...a máquina me transporta através da cidade...fraco, fraco, fraco...sou um alvo fácil da ilusão... cegueira...entropecimento brutal...na verdade queria acabar tudo agora...a pressão sobe...falar, falar, gritar...a porta se fecha...lá fora o sol caminha, máquinas roncam, as veias multicoloridas da cidade pulsam caóticas...o ponteiro não cessa...aqui a luz é a mesma...vômito de sangue na calçada...aqui apenas o pior...minha face formiga....poltronas vazias...a doença reina superior e sempre vence...isto que sai agora é o mínimo possível pra manter-me são...na fantasmagoria do espaço virtual flutuo ao sabor do vento...há tempos sem música...a tv dissolve a dor da existência em derrame cerebral...silêncio...o corpo luta pela cura, a ferida resiste...aceite a sentença, esta é a sua lâmina, quando chegar o momento não recuse, não resista, pois não tem escapatória...

julho - 2006

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