sexta-feira, 11 de maio de 2007

o tempo voa entre os dedos
a vida esmorece tal qual uma planta desprezada
num lampejo a verve pulsa emergindo mofo
crispando a língua em microchoques de delírio irreversível

bichanos brincam na grama

tenho que ter olhos de águia
paciência de monge
energia de um pirralho
mas sei que morrerei brandindo a flâmula da insanidade

abastado sou tomado por doce sonolência

o tempo desmente a verdade
o tempo surge como uma foice cega e enferrujada
agradeço silenciosamente o frio que me abraça os flancos
meu coração está em ebulição a 10 graus negativos
olhando para o futuro

o fel sobe à cabeça
ao meu redor seres digladiam-se
numa pantomima ilusionista em que todos perdem
o que há de melhor

perdem o riso
perdem a vida!

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