o tempo voa entre os dedos
a vida esmorece tal qual uma planta desprezada
num lampejo a verve pulsa emergindo mofo
crispando a língua em microchoques de delírio irreversível
bichanos brincam na grama
tenho que ter olhos de águia
paciência de monge
energia de um pirralho
mas sei que morrerei brandindo a flâmula da insanidade
abastado sou tomado por doce sonolência
o tempo desmente a verdade
o tempo surge como uma foice cega e enferrujada
agradeço silenciosamente o frio que me abraça os flancos
meu coração está em ebulição a 10 graus negativos
olhando para o futuro
o fel sobe à cabeça
ao meu redor seres digladiam-se
numa pantomima ilusionista em que todos perdem
o que há de melhor
perdem o riso
perdem a vida!
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