segunda-feira, 14 de maio de 2007

o olho treme...mesmo na doença o escárnio prevalece...angústia voraz...um noite vazia e poema...na câmara mortuária sinto minha face esquerda congelando...Walt Withman me cochicha maravilhas em meu ouvido...e sente e vibra na manhã de domingo...ás vezes a vida insiste em ser uma ressaca...a palavra dilue-se, minha verve entranha-se no real...dimensões dentro de dimensões...a sexagenária agarra-se a grade e vê a vida passar com olhos tristes e embaçados...páginas no chão...anuncia-se uma nova era...sou completamente imperfeito em tudo que faço...com o inverno vem o doce aroma de putrefação...gordura avança...chão frio...que venha a solidão e todas as companheiras...minha casa fede...nada merece atenção...todas as estruturas soltas...a vida treme...a vida fenece em minhas mãos...nuvem cinza nunca passa...ferrugem...tenho nojo do que como...o gato boceja e procura uma posição melhor pra dormir...venha e me faça desaparecer...a palavra é pouca...autismo...temor...moscas...urina...peixe podre...fossa estourada...cães ladram ao longo da tarde...uma pena de galinha vai pra lá e pra cá acariciada pelo vento..formigas...a moto-serra não pára...inexistência! inexistência !inexistência!...tudo ao léu...sangue escorre da boca...cicatriz...caos...
junho de 2006

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