nada peturba
por isto o silêncio
o esmorecer das coisas
a falência dos órgãos
nada dissimula
eis que a merda explode
em delírio real
suspeita euforia
deixo uma parte de mim em tudo
tudo sucumbe
tudo flui
e aquela parte perde-se em meio à outras partes
palavara-serpente
palavra-mágoa
palavra-liberdade
pego a lâmina
desfaço a carne em fiapos
sangue
sangue
muito sangue
labirintos claustrofóbicos
febre vil que avassala
despejo minha merda em qualquer lugar
vomito minha palavra em qualquer pinico
depois um pouco de sono e sonhos terríveis
depois lavar a boca, alimentar-se
e suportar sim!
suportar mais um dia!!!
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