Meu corpo está envenenado
Todo o maquinário jaz em ruína
A voz soa quase inaudível
Indo e voltando
Como uma lâmina de fino corte
Os traços explodindo
O ápice de meu esgueirar
Por sombras e caóticas sensações
Erguendo-se entre minhas mãos
Tomando-me todo o corpo
Com tentáculos e toscas ventosas
Delírio-poesia-mentira
O corpo envenenado
A alma entorpecida
Em inenarrável inconstância
Vagando ébria
Num vórtice coagulado
Dentro de minha carcaça
Resquício-estilhaço-penumbra
As mãos podres da amada
Passeando pelo corpo
Talvez ceifando
Talvez como doce pétala a curar
O crepúsculo pouco iluminando
Os poços de bílis de minha planície carnal
O mundo como uma “flor de lótus nascida no meio da lama” ao avesso
19-04-93
Um comentário:
"As mãos podres da amada
Passeando pelo corpo
Talvez ceifando..."
Bah... adorei.
Postar um comentário