Até penso em refugo
Pois jaz em apatia todo o pensar
A alma já não ruma com certeza
E a cítara eólica despeja canções agônicas
Aos tímpanos supurentos
Sou todo irreparável;
Poço de pessimismo sem fim
Contemplando o ermo desta solidão de inverno
Não me bastam roupas quentes
A frieza das paredes aniquila
Esmaga-me os membros
Tatuando minhas mãos
Com meu “próprio” sangue
Agora seca minha boca
Sobrepujo o corpo arruinado
Deixando-o por momentos vassalo do tempo
Em dor
Em resguardo eterno
E tedioso vagar
Entre a procissão dos esquizofrênicos
Entre o descompassado balé dos epiléticos
E a alma zombeteira
Do cimo do pedestal
Apenas ri
Se encolhe
Como inocente criança.
07-93
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