sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Eis minhas paredes
Agora vestidas em nus femininos

As crianças me perturbam
Com suas lembranças

Essas quatro damas com seus recantos
E sua companheira inseparável
A irrefutável solidão

Agora gritam em minha cabeça
Canções doentes
Canções de dor sem fim
Fazendo o renascer o torpor
Em minha triste alcova carnal

Eu infecto cambaleio
Por entre paredes de um labirinto de pus

Um resquício de podridão
Adaga fria rasgando
O peito indefeso
Ácido fel
Sobre a língua sedenta

A noite vem dúbia
Acalanto e assassínio
O dia me espera único
Chacal faminto e feroz

Com o sol
Ardendo
Pulsando
Entre os olhos...

8-7-93

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