sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Os esparsos se completam
No vão escuro do meu quarto abafado
Se completa numa morbidez
Num pulsar de pura e louca eloqüência
Tal qual um quasar
Uma estrela morta

Enquanto isso a nicotina passeia
As damas discutem
Batem suas línguas
Suas idéias

Enquanto isso...
Enquanto a voz vai tornando-se rouca...
As mãos dançam sobre os cabelos
Vozes cantando
Espelho
Ilusões

Os esparsos se misturam
Em louco caleidoscópio
Jamais usarei minha palavra
Em nome da discórdia
Deixarei sem sombra de dúvida
Que o silêncio tome conta desse desprezível assunto

Uma senhora louca dança
Caminha e canta em pleno meio-dia
Os esparsos se entranham
Se estilhaçam em dor
Rumo às minhas pupilas lacrimejantes

15-02-93

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