Os ângulos são os mesmos
Os cheiros parecem eternizados
As cores repousam tépidas
Solenes como se fossem divindades gregas
As sombras parecem serpentes tatuadas em meu corpo
Tudo cinza
Tudo lusco-fusco
Tudo onírico e silencioso como um retrato preto-e-branco
Letargia...umidade...sonolência
E em manhãs vaguei como um fantoche;
Um fantoche de olhos orientais que odeia a luz da manhã.
A cada vômito sinto que a morte é minha residente tanto quanto a vida...
Fecho os olhos pra escutar o burburinho suave das crianças
Esqueço tudo aquilo que é morte, de tudo aquilo que seja vida.
Desejo silêncio
Não há mudez nas coisas do mundo
Todas as imagens gritam aos tímpanos, aos olhos
E flutuo de tanta dor acima dos sorrisos gelados de auto-satisfação
E desejo como que por uma eternidade
O silêncio feito de gestos do cinema mudo
8 maio 96
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