As palavras tétricas
Soam ferinas
Talvez sangue
Em algodão esparramado pelas paredes
Vassouras guiadas
Guiando lixo
Limpando o chão
A luz
Aos poucos os traços explodindo
Em profusas canções
O calor cavalgando em corpos;
Impuras ruínas.
O torpor incendeia as entranhas
Um tédio de proporções inconcebíveis
Me afunda em desgosto
Inconstância, solidão...
Cada rumo
Um desencontro
Cada néon que acende e apaga
Um vazio à minha espera
Cada olhar
Uma imensa agulha
A tatuar o horizonte em busca de satisfação...
21 -12-92
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