Os pés sujos sobre um lençol limpo
A loucura cavalga um corcel
Um imenso puro sangue
Feito de pernilongos
Uma formiga passeia pelo papel em branco
Desejo que a saudade me largue
Mas me agarro a ela
Não quero que vá embora
Dou-lhe lucidez, café, chá e pão
Ela sorri
Uma linda canção soa como uma pluma a roçar o ouvido
“Um imenso fervor”; diz a dama...
E Pã esmaga amoras por todo o corpo.
O leito como um local
De trabalho
As unhas sujas
Os chinelos
Ela sorri,
Sim!
A saudade sorri
E monta em seu puro-sangue de medonhas abelhas
Deixando-me aturdido
No parapeito da janela...
Dezembro 92
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