Olhares soltando laivos de penumbra
Rostos de bronze brilhando ao sol
Ecos ao longe
O troar urbano da vida
A dor renascendo
Reverberando como um sino na província deserta
Dentes de prata devorando a carne morta
O sangue desce das presas sobre os lábios de cristal
E como se fosse dúvida suo como um escravo a serviço do patrão
A tarde despejou-se como um toldo vermelho de sangue
Sobre a cidade tétrica...
“Falar o quê?”
Perguntam as polacas na tarde vermelha e sanguinolenta
Olhares vomitam dor e solidão
Tentáculos de enxofre abraçam
Minhas mãos como luvas de urtigas
O silêncio
O desespero como uma faca
Uma estaca na ferida aberta ao sol
Tarde qualquer de novembro – 92
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