sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Sou sombra

Nunca luz
Alguns pingos dourados cortando, esfriando a noite
Queixo-me
Corto, quebro todas as máscaras
E o passado tem boca morena, olhos vívidos, mãos fogosas.
A dor entrou na tarde de segunda-feira
Ferindo cotovelos e joelhos num presságio fúnebre
Onde o mundo era uma tela de cinema
E nesse filme não havia mais abraços
Só o vazio das letrinha subindo
Apenas poltronas vazias na escuridão

Sou eco

Nunca silêncio
Sua voz murmurando despedidas em madrugadas de cama estreita e solidão.
Despedaço-me
E no seu abraço a dor se esvai
A febre torna-se incalculável aconchego
Os sorrisos flutuam quase grudado no teto
Flutuam como úlceras amarelas
E o silêncio chega vestido de tvs desligadas
Numa sala minúscula de paredes sujas

30-05-96 quinta-feira

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