segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Um copo atrás do outro... cego... vou pra onde não sei... caminho sob o sol escaldante da manhã... cocaína... bolso vazio... fígado podre... espero não me fuder um dia... todo o corpo dói... vida miserável... mão trêmula... vômito... sono... e o futuro?... vida nova chora nos braços de minha avó... luz insalubre... cada gole uma mancha escura reaparece e toma conta... o mundo ferve lá fora... aqui na ressaca espero que a agonia vá embora... quero um mundo só pra mim... quero tudo que não posso... cabeça latejando... últimos centavos por mais uma dose... doença... cansei de tudo... totalmente sem controle... onde está o amor?... onde está o ódio?... tédio, tédio, tédio... a menina sorri e louva a morte... vou ao banheiro e quando as mesas estão vazias... quebro um promessa... Ororo eleva-se numa nuvem imensa e vai embora em meio a ventania, raios e trovões... o que eu tenho?... nada!... o que eu sou?... um covarde!... e o amanhã?... juro que não sei de nada!... será que ávida é líquida?... cada dia o veneno é mais forte... fel... completamente imaturo... eu sempre estrago tudo... acabou a magia das coisas... hoje a pá está mais cheia... sinto-me um bastardo... não tenho nada... nada!

2 – abril - 2005

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