segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Sono muito sono... uma apatia que parece irreversível instala-se em minha carcaça... nem sei porquê escrevo ainda... é como se não tivesse razão pra nada... mais uma vez em busca de uma função subreptícia e perder e perder... tenho medo das ruas... rancor muito rancor... migalhas, migalhas é isto que vale todo o meu esforço... pra mim todos os ônibus que pego são caixões... e ao redor catacumbas de 15 andares, catacumbas vendendo produtos variados... um zumbi feminino com o rosto maquiado cantarola Roberto Menescal... sinto extrema inacessibilidade... lembro de um lugar distante... bocejo... de cueca não suporto o calor... daqui a pouco irei ouvir a voz de minha mulher... a tosse de minha Avó preocupa-me... silêncio... ontem percebi o animal em mim... auto-mutilação... o gato preto-e-ranco que me alegrava com peripécias acrobáticas apodrece lá do outro lado da estrada de barro... o violão jaz inerte... vejo a felicidade na face de outros e não entendo... sombrio... triste... o anúncio revela a perfeição de um produto fútil... “ compre, realize,enfim, seja ”... não aprendo nada... catarro escorre do nariz... sem lombra... sem sabor... ossos doendo... cabeça lateja... não consigo encarar toda essa corja reacionária que não respeita ninguém... não luto, mas quero destruir...

03-11-2004

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