segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Tarde muito tarde... o convívio matando lentamente... toalha molhada... longo muito longo... já não existe mais dor... cada linha escrita torna-se uma expressão vaga de raro mal-gosto... já é natal para os tolos... falsas luzes... plásticas feições... hipnose fatal... a voz telefônica do outro lado da linha mergulha em desgosto... só de lembrar da algazarra de uma família reunida a trocar presentes sinto náuseas e por um instante que durasse dezembro inteiro queria me afastar de todos esses rituais... cai uma ficha, despenca uma vida, o recém-nascido berra pelos imensos peitos da mãe... o que me espera atrás daquela porta?... ignorância pura ignorância... na caixa em que me escondo ainda resta um pouco de paz.... teias de aranha... livros rasgados... pornografia... garatujas que nem eu mesmo compreendo... todos os dias tropeço em destroços de minha existência... pesado muito pesado... a tristeza e o ócio brincam na sala em meio aos restos do almoço de outrora... plantas murchas... a essência repousa cálida, a carne treme de solidão... extremamente perdido... fracasso muito fracasso... sentado na esquina vi a vida passando, de tão pasmado não esbocei nenhuma reação, levantei e fui embora... corda imóvel no canto esquerdo da casa... emaranhado de fios... confusão de imagens, palavras atropelando o peito frágil deste que já não agüenta mais... fotos que desaparecem... palavras engolidas pelos tempo... brinquedos que não funcionam mais...

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