segunda-feira, 3 de setembro de 2007

E lembrar o que sonhou?... fetiches de ilusão suprema... é desconcertante quando acordo... imagens derretem, deslizam por todo o corpo... o manto da morte arremessa todos no mais profundo esquecimento... a língua ácida do verão chega queimando tudo... e lembrar do que prometeu?... vingança... este que escreve não é simplesmente que se é... imagem sumindo no espelho... carne cicatrizando... língua vibra no ar... perna que treme... honra apodrecendo... ninguém escuta velhas palavras... tudo é desinteresse... mormente locomovo-me até a geladeira e sorvo em tedioso frenesi goles de água suja... um anfíbio saltita da cozinha até a sala... onde estão as razões para tudo?... cave um buraco... seja benigno... o sucesso será tua recompensa... 7 chaves para tudo mudar... 7 feridas pra serem cuidadas com carinho... 7 dias que são um enorme torpor... porquê as paredes do labirinto não param de se reproduzir?... dentro da fantasmagoria que é o espelho os bonecos de minha pantomima movem-se com a graciosidade de leprosos, velhos e aleijados... embaçado... a palavra que me toma é tosca... adormeço no pó da minha sala repleta de velharias... inutilizado e com temor de não acordar vou ao mundo que não é mundo pra tentar suportar este que me tortura... lembro de que não esqueci nenhuma folha em branco... lembro?

Um comentário:

Anônimo disse...

"e lembrar do que prometeu?"
E o dia a dia de um Prometeu.

Pesadelo.Penso em Neil Gaiman.Penso em Alan Moore.Algo de Lovecraft.Algo fantastico.Uma fantastica fabrica de ilusoes reais.Tudo num slow motion.Numa pelicula de um filme noir.Dorian Gray.Dor.PQP!Acho que vai sair um pqp todo comentario!