sábado, 6 de dezembro de 2008

O vício é isto de estar vivo
engolir o que sobrou
lamber a raspa
arrotar uma felicidade inexistente

condicionado e implodido
trancado em sombras
linhas de subterfúgio
jazigo carnal

insistência letalmente apurada
reverberando nas cavidades
esqualidez arfante
fome sanguínea e voraz

o animal não perdoa
o humano disfarça
irresistível contenda
pavoroso final.

29-09-08

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