sexta-feira, 4 de junho de 2010

Deitar
Fechar os olhos
E sentir todas as feridas até a carne não agüentar mais

Esticar
Gritar de rouquidão
Ver o pus explodir como pequenas papoulas amarelas
Cogumelos líquidos brotando na pele morena

Amar
Lograr a todos
E esquecer tudo aquilo que tenha semelhança ou que seja amor
Tanto mas tanto que alma vazia vague nula e incompreensível

Correr
Flutuar nas entrelinhas
E não mais sentir os pés
Pequeninas asas que fazem flutuar acima, muito acima

Sentar
Camuflar-me em meio ao cinza do inverno
Deixar que as imagens grudem no corpo
Patchwork esquizofrênico, caleidoscópio irreversível

Dormir
Morrer
Esquecer que há um mundo sólido
Vórtice Caótico
Eterna claridade

09-06-96

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