Deitar
Fechar os olhos
E sentir todas as feridas até a carne não agüentar mais
Esticar
Gritar de rouquidão
Ver o pus explodir como pequenas papoulas amarelas
Cogumelos líquidos brotando na pele morena
Amar
Lograr a todos
E esquecer tudo aquilo que tenha semelhança ou que seja amor
Tanto mas tanto que alma vazia vague nula e incompreensível
Correr
Flutuar nas entrelinhas
E não mais sentir os pés
Pequeninas asas que fazem flutuar acima, muito acima
Sentar
Camuflar-me em meio ao cinza do inverno
Deixar que as imagens grudem no corpo
Patchwork esquizofrênico, caleidoscópio irreversível
Dormir
Morrer
Esquecer que há um mundo sólido
Vórtice Caótico
Eterna claridade
09-06-96
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